No fim-de-semana passado o Benfica perdeu em Braga por 3 - 2 e o clube minhoto manteve a liderança, passando incólume a mais um difícil teste.
No entanto, importa aqui referir que este resultado, apesar de ser pela margem mínima, nada tem de justo, uma vez que só houve uma equipa em campo, que jogou futebol e procurou a vitória: o Sporting de Braga. Mesmo entrando a perder (não pela cor das camisolas adversárias, mas porque o Benfica marcou logo no início), o clube da cidade dos Arcebispos nunca virou a cara à luta, procurou a vitória e na 2ª parte mostrou porque razão se encontra no topo da tabela classificativa.
Até aqui tudo bem (o Braga afinal até ganhou), mas não posso deixar passar um lance que só não foi crucial (e cruel) porque o destino resolveu mostrar toda a sua ironia. Aos 90 minutos de jogo, o árbitro (mais uma vez recuso-me a escrever o seu nome, para não dar destaque a quem não merece), imbuído de um espírito de porco, decide estragar a festa e assinalar um penalty por pretensa mão de Nem na grande-área do Braga (a SportTv mostrou o lance de 56 ângulos diferentes, todos elucidativos da legalidade da jogada, mas os seus comentadores, estupefactos com tal benesse dos deuses apenas se atreveram a proferir este comentário: "o árbitro assinala a pretensa mão do jogador do Braga" - e mais nada, e as imagens sucediam-se em catadupa, com repetições em câmara lenta, zoom-in e zoom-out a mostrar o absurdo da coisa, mas mesmo assim nada, nem um comentário).
O estádio ficou em chamas, o banco do Braga entrou em parafuso, o professor Jesualdo vociferou, os jogadores do Braga estavam revoltados, mas Nuno Gomes lá seguiu para a marca de grande penalidade e recolheu mais um golo para o seu espólio pessoal.
O mesmo Nuno Gomes que, não contente com a gravidade da situação, ainda teve a amabilidade de provocar os jogadores do Braga, fazendo gestos acusadores da dopagem dos profissionais do Braga, apontando para as veias e simulando o movimento de uma seringa. Curioso, não ouvi esta semana ninguém a falar destes gestos, que foram mostrados em directo na altura e que o próprio comentador da SporTv apelidou de "falta de profissionalismo". Curioso também esta acusação vir de um jogador que passou anos no campeonato Italiano, numa altura em que o uso da creatina estava difundido por todos os clubes da Serie A, e tendo a Fiorentina sido envolvida várias vezes em casos de dopagem de atletas. Mas isto são outras histórias...
Quanto ao Sporting de Braga, os seus jogadores, acicatados pela injustiça da situação, buscando forças ao fundo da alma, lançaram-se mais uma vez na busca da glória, marcando um golo aos 94', golo esse também ferido de ilegalidade (Bevacqua estava em fora-de-jogo). Coisa pouca comparado com o que se tinha passado antes, mas bastante para selar o resultado e dar ao Braga uma merecida vitória. Nuno Gomes, esse, continuava com os seus gestos provocadores, mas já ninguém lhe prestava atenção, a hora era de festa. O Braga tinha ganho, com suor, empenho e determinação, e isso é que interessava.
Fez-se justiça, escreveu-se certo por linha tortas. Ironia das ironias: o erro que permitiu o golo da vitória ao Braga tinha servido para anular um erro grosseiro do árbitro, minutos antes. Terá sido suficiente para evitar que vá para a jarra? A ver vamos, mas pelo menos desta vez os estragos foram poucos.

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