Agora que nos aproximámos da fase mais crítica da época, importa analisar, friamente, a qualidade e extensão dos planteis de Porto e Benfica, eternos candidatos ao título de campeão nacional. Os critérios basearam-se na análise empírica dos últimos 30 jogos de cada um, e considerando que o "onze" titular é muitas vezes alargado a 12 ou 13 jogadores, aqueles que habitualmente são incluídos na equipa titular.
Procurei também analisar posição a posição, para evitar prejudicar os visados, sendo que por vezes isso não foi possível.
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Rafael Bracalli | Eduardo |
-> Parece ser unânime que as balizas dos dois grandes estão bem entregues aos seus respetivos titulares: Helton e Artur. Os problemas começam, muitas vezes, quando o número dois é chamado. Bracalli e Eduardo não se conseguiram afirmar como alternativas credíveis, e apenas foram chamados a ocupar aquele lugar por motivos de força maior. Aqui temos um empate técnico, claramente (1-1).
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Alex Sandro | Capdevilla |
-> O espanhol, campeão do mundo, é o grande enigma do plantel de Jesus. Ainda ninguém percebeu quem o contratou, o que (ainda) joga e se será efetivamente alternativa a Emerson. Já o brasileiro, pago a peso de ouro, pouco mostrou: tapado no lugar pelo irascível Alvaro Pereira, tem jogado apenas alguns minutos. Estava tentado em declarar novo empate, mas atendendo à idade dos dois, ao facto do segundo ser já internacional A pelo Brasil e ter marcado um golo importante recentemente, contra o Nacional, acabei por dar o benefício da dúvida a Alex Sandro (2-1).
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Mangala | Jardel |
-> Mangala chegou ao Dragão rotulado de jovem esperança francesa: capitão dos sub-21 gauleses, alia a uma impressionante estampa física uma velocidade natural e grande determinação. Jardel é daqueles jogadores que não engana: nasceu para a posição. Tem presença e serenidade. Substitui de forma eficaz Luisão e Garay, sem grandes perdas para a equipa. Um pouco lento, mas sabe compensar com um posicionamento quase sempre correto. Vitória clara do brasileiro, até porque nesta posição, como sabemos, a idade também conta, e muito. Boa margem de progressão para o Francês, mas ainda muito para trilhar (1-2).
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Defour | Matic |
-> Aqui temos a primeira grande "injustiça". Defour e Matic não são parecidos. Nem sequer ocupam a mesma posição em campo. O Belga tem sido a peça que circula no triângulo do Porto, sempre que Moutinho, Fernando ou Lucho não podem jogar. Desde a saída de Belluschi e Guarin, cabe a Defour esse papel. Matic é "apenas" a sombra de Javi Garcia. Quando o Espanhol não está, é a ele que cabe a difícil tarefa de ligar o meio-campo e a defesa do Benfica. Também aqui estava tentado em declarar a contenda nula, mas atendendo às inúmeras oportunidades que Defour teve, sem nunca deslumbrar, vou dar o benefício da dúvida ao sérvio, que não tem comprometido (1-2).
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Iturbe | Saviola |
-> Esta foi complicada: como se compara uma lenda do futebol moderno, um jogador extraordinário na última década de futebol europeu, com um jovem, sem qualquer prova dada no mesmo terreno? Apelando um pouco à imaginação, diria, mas considerando que tanto um como outro estão a milhas do que podem e sabem fazer. Relegados para segunda e terceira escolha, passaram ao lado da época. Por culpa própria ou dos seus treinadores, nunca o saberemos. A verdade é que tanto Saviola como Iturbe podiam ter estado mais vezes em campo, com a bola nos pés. Não foi assim que aconteceu, por isso, empate (1-1).
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Djalma | Djaló |
-> Djalma chegou, juntamente com Kléber, do Marítimo, no início da época, e tardou em afirmar-se na equipa. Na parte final da primeira volta deu um ar da sua graça mas o início da Taça das Nações Africanas (onde representou Angola, e uma lesão recente), retirou-lhe a possibilidade se afirmar no onze de Vitor Pereira (não fosse isso e se calhar nesta altura já não estaria nesta lista). Djaló foi a grande atração do mercado de inverno, depois de falhada a sua transferência para o Nice. Jorge Jesus afirmou que se tratava duma aposta pessoal, mas ainda está longe de a conseguir provar. Pela dimensão física que traz ao jogo do Porto e pela recente adaptação a lateral, Djalma ganha claramente esta disputa, dando a entender que Djaló ainda não arrancou (2-1).
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Kléber | Nélson Oliveira |
-> Prometeu muito o brasileiro, com uma pré-época ao nível dos melhores pontas de lança recém chegados ao clube. Surpreendeu meio (?) mundo com uma chamada precoce à seleção brasileira principal, que viria a falhar por lesão, mas que depois viria a confirmar em nova chamada (o Brasil está atento a jovens promessas do futebol mundial, e não quer correr riscos...). Depois disso? O eclipse... Já Nélson Oliveira, em sentido inverso, começou a época ainda na ressaca do mundial de sub-21 perdido na Colômbia. Aos poucos foi entrando na equipa, demonstrando todo o seu potencial e acabando por se imiscuir nas escolhas do selecionador nacional, Paulo Bento, principalmente depois da lesão de Danny. O joven ponta de lança é um diamante, em bruto, mas todos os portugueses esperam que possa vir a dar muitas alegrias a Portugal, se possível já no próximo Europeu. Vitória para o luso, clara (1-2).
Resumo da análise:
Quererá isto dizer que o Benfica tem melhor banco? Será isso suficiente para o que resta da época?
São muitas interrogações, que em breve terão resposta.
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