terça-feira, abril 26, 2011

Capitães de Mar e Guerra

O Capitão é, no dicionário futebolês, o leme do balneário, a alma, a essência, a reserva final de mística. Falando no Benfica europeu dos anos 60, é impossível não nos lembrarmos do senhor Águas e do senhor Coluna. Mais tarde, Eusébio e Simões. Nos anos 80, Humberto Coelho e depois dele, Diamantino e Veloso. Até 2005, um enorme vazio ideológico que João Vieira Pinto, Hélder e Simão Sabrosa não foram capazes de preencher.
Como benfiquista, olho para Luisão e revejo a fleuma de Humberto, o rochedo no meio da tempestade, o porto seguro que não mereceu o tratamento de alguns membros dos NN na final da Taça da Liga. Ontem, o nosso capitão deu uma entrevista à Benfica TV. Não se refugiou nos lugares comuns e tocou a reunir:

1- «Os jogadores sentem que foram prejudicados»: é um facto, mas esta chapada de luva branca na arbitragem deveria ter sido dada após o jogo em Guimarães, após o festival «Cardinal-Olegário». Claro que muito provavelmente, o Conselho de Disciplina a mando da ETAR de Contumil faria pressão através de uma suspensão...Mas os adeptos sentiriam que o sangue ferve nas veias de um balneário que se julgava letárgico.

2- «É evidente que os jogadores do Benfica não podem chegar perto do árbitro como outros o fazem»: pois é, Luisão!! Se desses peitadas nos árbitros como alguns que eu conheço, o mais provável seria seres brindado com uma irradiação.

Independentemente do valor futebolístico do FCP, torna-se evidente que é necessário acabar com o proteccionismo dos árbitros aos azuis e brancos. Algo que já se verifica há três décadas e que os adeptos da verdade desportiva esperam que não demore três décadas mais a solucionar. Mas para isso precisámos de mais Luisões, de mais Benficas TVs, de dirigentes nacionais com mais vergonha na cara e que se assustem com o que encontram no espelho: Retratos de Dorian Gray de trazer por casa...





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