Jesus no reino de Artur?

Depois da época de estreia memorável de Artur Jorge na Luz, com contratações cirúrgicas como Paredão, King, Bermudez ou Jorge Soares, eis que o “novo” Benfica de Jorge Jesus parece estar a afinar pelo mesmo diapasão, com a chegada de Weldon e Júlio César. Weldon, avançado poderoso e “o mais rápido com a bola nos pés”, segundo o próprio Jesus, foi jogador do Belenenses e treinado pelo mesmo mister que agora reencontra na Luz. O mesmo é válido para Júlio César, o novo reforço para a baliza do Benfica, também ele treinado por JJ no Belenenses.

Uma pergunta me assola, neste momento, o pensamento: que mal terão o Quim, o Moreira e o Moretto (Ok, este é fácil, eh, eh…) para que nenhum dos últimos treinadores (José António Camacho, Giovanni Trapattoni, Ronald Koeman, Fernando Santos, outra vez Camacho, e, finalmente, Quique Flores) tenham decidido apostar decisivamente num deles? Pelo meio tivemos Robert Enke, Bossio, Hans Jorg-Butt (este até tinha uma cláusula no contrato que o obrigava a jogar), um gigante americano que não me lembro o nome, etc. E ainda falavam na herança de Baía? E então o que dizer da herança de Bento (Manuel, o guarda-redes, não o outro), ou mais recentemente de Michel Preud'homme?

Também é curioso perceber que Moretto terá sido uma das raras vezes em que o Benfica terá ganho uma disputa de jogadores directa com o Porto, com os resultados já conhecidos! Já o contrário…

Um pequeno exemplo: o Hélton foi comprado por 2 tostões ao Leiria (reza a história que já no Brasil lhe foi prometida a titularidade da baliza azul-e-branca, mas que teria que rodar noutro clube, até estar pronto a suceder a Baía), e chegou depois à selecção do Brasil, tendo sido esta época assediado pelo Barcelona.

O que teria sido de Quim se tivesse escolhido o Porto em vez do Benfica? Quem seria o actual titular da selecção? Quem teria feito o último Europeu? E o Mundial anterior? Haveria necessidade de “recrutar” o Ricardo para a equipa das Quinas?

Mais incrível ainda: e se o Moretto tivesse vindo realmente para o Porto? Estaria agora na selecção brasileira?

Enfim voltando ao tema de abertura deste post, Jorge Jesus parece apostado em reunir ao seu lado uma equipa recheada de velhos conhecidos, que lhe darão garantias para atacar os objectivos propostos: resta saber se estes passarão pelo título nacional ou apenas o tão cobiçado título da 2.ª circular. Resta-nos aguardar mais uns dias para perceber o novo alinhamento desta procissão de “novos” jogadores do Glorioso com a benção de Jesus…