terça-feira, setembro 19, 2006

Selecção natural

À entrada para a 3.ª jornada do campeonato, eram quatro as equipas que dividiam o estatuto de primeiros da classificação. Sporting, Porto, Naval e Braga contavam por vitórias os jogos até aí realizados (2), e apresentavam-se com legítimas esperanças de se manterem no comando da tabela classificativa.
 
Curiosamente, dois dos clubes jogavam entre si (Porto - Naval), o que logo à partida significava que o grupo da frente ficaria mais curto. Com a derrota do Sporting em Alvalade, frente ao Paços de Ferreira, e a derrota caseira do Braga ante a União de Leiria, coube ao Porto assumir precocemente a liderança isolada da classificação.
 
Numa altura conturbada, os dragões assumem a liderança com alguma facilidade (3 jogos, 2 vitórias, 1 golo sofrido), o que revela também a fragilidade do nosso campeonato (só uma equipa conseguiu manter a senda de vitórias após 3 jornadas), mas lança também um sério aviso aos possíveis candidatos à vitória final: numa altura em que a equipa não está oleada, o treinador tem duas semanas de trabalho, os métodos de trabalho são novos e as rotinas estão "perras", mesmo assim, o Porto chega com alguma facilidade ao topo da tabela e parece mostrar já uma confortável vantagem psicológica em relação aos adversários directos (estes ainda estão a tentar perfilar-se como verdadeiros adversários, num emaranhado de confusões futebolísticas e equívocos de treinador de bancada).
 
À falta de melhor, cabe ao Porto (o clube que aparenta estar melhor) assumir a liderança nesta altura, pois mais ninguém soube reclamá-la. A questão é: será que quando os outros já tiverem se encontrado, ainda irão a tempo de mudar este panorama? É que para uma equipa que procura a melhor forma, as vitórias e os pontos sabem como mel, e fortalecem o espírito. E com ajudas destas, podemos estar a assistir ao nascimento de um monstro insaciável... depois não se queixem nem tentem arranjar desculpas esfarrapadas. Para bem do futebol.

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