segunda-feira, março 28, 2011

Futle, o Iledutível

Sempre tive uma simpatia pela figura de Paulo Futre, independentemente da sua qualidade futebolística. Lembro-me dos magníficos 5 meses em que envergou a camisola do Glorioso na época 1992-93 e, sobretudo, a extraordinária exibição que fez naquela mítica final no Jamor, a dos 5-2 ao Boavista, naquela que foi, sem dúvida, a melhor final da Taça dos últimos 30 anos, se usarmos o critério do futebol jogado. Compreendo aquela que é a animosidade dos sportinguistas em relação à sua figura. Colocado na lista de dispensas de John Toshack, encontrou nas Antas um palco privilegiado para o seu futebol fantasista, misturado com muitos mergulhos para a piscina que fariam Hulk corar de vergonha. Futre sabia simular com muita classe... Futre nunca gerou grande consenso entre os sportinguistas e a sua escolha como Director Desportivo pela candidatura de Dias Ferreira revelou-se um autêntico tiro no pé. É compreensível: como benfiquista, nunca gostaria de ver Dito ou Paulo Sousa a ocupar cargos dirigentes ou técnicos no Benfica e fui um dos poucos benfiquistas a ficar contente com a saída de Rui Águas do Gabinete de Prospecção. A sua saída da Luz em 1988 ainda me está atravessada. Louve-se Futre pela lufada de ar fresco que trouxe à campanha eleitoral. Apesar das suas frases anedóticas, apesar do seu discurso cómico, apesar do excesso de entusiasmo demonstrado, acredito vivamente que no futebol português há espaço para planos arrojados. A ideia do craque chinês, devidamente laminada, poderia ter dividendos...Mas este nosso futebol submisso prefere viver no conformismo. Ganhou Godinho Lopes e prevejo que mais Nunos Andrés Coelhos estarão a caminho de Alvalade!!

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