2. Sapunaru - Muitas vezes mal-amado e incompreendido, severamente castigado na época passada (no célebre caso do túnel da Luz), o Romeno voltou ao clube com vontade de se afirmar. Aproveitou o menor fulgor de Fucile para se fixar no lado direito e tem sido um esteio, sempre que é chamado. Memorável exibição na neve, em Viena, contra o Rapid, e tinha na bancada toda uma equipa do Porto campeã europeia no Prater.
3. Rolando - Seguro e omnipresente. Numa época em que sai Bruno Alves, o central que veio de Belém assumiu-se como o número um da defesa. É titular numa equipa imbatível, palavras para quê? A Juventus está atenta e tem lugar cativo na seleção (quem dera a muitas seleções de top ter um suplente com o estatuto de Rolando).
4. Otamendi/Maicon - Uma dupla para um lugar apenas, e qual deles o melhor. Têm respondido sempre aos desafios e estão cada vez mais integrados. Sobre Maicon, dizer apenas que está a fazer uma época de estreia melhor que a de Pepe no Porto. Sobre Otamendi, dizer apenas que o Real de Mourinho tem mandado espiões ver os seus jogos.
5. Alvaro Pereira - Rápido e incansável. Não existe nenhum outro jogador na Europa com tanta rotação (e o Bayern de Munique percebeu isso no Campeonato do Mundo), por isso tentou contratá-lo no defeso. Grandes olheiros do Benfica, que o trouxeram para cá.
6. Fernando - O "polvo", como é conhecido, é um jogador fantástico. Fez esquecer Paulo Assunção e o pior momento da época do porto esteve ligado à sua ausência.
7. Guarin - Aparece em momentos chave da época, com golos "à bomba". Já na época passada, com Jesualdo, apareceu numa altura importante (mas ficámos sem Hulk...). Quando a dimensão física do jogo sobre, dá muito jeito ter Guarin por perto.
8. João Moutinho - Pêndulo. Dá à equipa o que necessita, quando este necessita. Incansável, trabalhador, tático e imperador. Não era um dos seus fãs. Compreendo agora a histeria provocada pela sua saída. Obrigado Sporting, são jogadores destes que fazem os campeões e se constroem estátuas. Veio para o sítio certo e aqui será reconhecido (e gratificado).
9. Belluschi - Foi chamado à seleção Argentina, quatro anos depois. O pequeno Samurai tem espelhado magia pelos relvados esta época. Com Jesualdo nem sequer dava para perceber que tipo de jogador era. Por vezes Deco, por vezes Lucho, por vezes Anderson, aquela posição encontrou de novo o seu dono.
10. James Rodriguez - Uma pérola. Prometia muito, mas sentiu o peso da responsabilidade sobre os seus ombros. Os primeiros jogos que fez encostaram-no à linha, e parecia não ter aquele toque que distingue os grandes. Eu próprio estava muito pessimista. Mas quando entrou na segunda parte em Olhão, para o meio-campo e assumiu as despesas de um jogo que estava muito complicado, rapidamente se percebeu que estava ali não um ala (desses há muitos), mas um médio ofensivo, um verdadeiro número 10. No jogo com o Leiria, por exemplo, André Villas-Boas deu-se ao luxo de o colocar por trás dos avançados, ao lado de Christian Rodriguez, o que para muitos seria impensável, e o Porto começou a jogar duas velocidades a cima. Grande passe para o golo de Falcão, contra o Guimarães. Temos jogador.
11. Falcão - Vive de golos. Parece franzino, mas é um guerreiro. É daqueles casos raros no futebol mundial, tem uma relação muito próxima com as balizas adversárias, e outros voos estão-lhe reservados. De alvo principal do Bayern passou a desejo de Ferguson. Mais um que, inteligentemente, trocou a Luz pelo Dragão. Se não o tem feito, estaria a jogar nesta altura no Toluca do México, emprestado pelo Benfica (como tantos outros)...
12. Hulk - O ano da afirmação. Depois da injustiça do castigo da época passada (único jogador no mundo castigado por 6 meses, que cumpriu 4 mas cujo castigo afinal era de 2 jogos...), esta época rebentou. Melhor marcador do campeonato até à altura, melhor jogador da Liga de Setembro a Fevereiro. Quem duvidou do seu valor e riu da sua cláusula de rescisão pode começar a rezar.
13. Cristian Rodriguez - Uma última palavra para um jogador à imagem do Porto. Passou por muitas dificuldades esta época (ficou fora do Mundial por castigo e lesionou-se várias vezes, sempre quando tentava voltar à equipa), mas mostrou a raça e a fibra que sempre o caracterizaram. Há muito que perder a finta célebre que fazia chorar os adversários, mas o "cebola" compensa com raça e querer, como demonstrou no segundo golo do Porto em Sevilha. Tem compensado também o menor acerto de Varela nesta segunda volta. Será provavelmente a sua última época no clube, mas sai pela porta grande, com um título. Obrigado Rodriguez!
Havia outros e ainda há Villas-Boas, mas ficam aqui 13 razões pelas quais o Porto será campeão. O mesmo número de pontos que o separam do segundo lugar. Sem discussões, sem dúvidas. Apenas factos.

Sem comentários:
Enviar um comentário