quarta-feira, dezembro 15, 2010

Finalmente, o fim do boicote


Repristino mais uma crónica entendiante do Luís Sobral no maisfutebol, com comentários,:
O presidente do Benfica escreveu aos sócios do clube para os informar de que acabou o boicote aos jogos fora. Finalmente, afirmam os benfiquistas, ávidos em sair dos seus lares para poderem acompanhar o dream team de Jesus.
Fez bem em fazê-lo, até porque de outra forma não se saberia que o boicote ainda estava em vigor. Na verdade, todos o vimos, o alegado boicote nunca existiu porque os adeptos do Benfica demonstraram na prática o que era previsível: gostam mais do clube do que de qualquer dirigente. Chupa Vieira!
Apesar de nunca ter existido, o boicote garantiu aos dirigentes do Benfica as mais variadas críticas. Ou seja, a ideia não só foi ineficaz como deixou perceber que na Luz existe um défice de pensamento estratégico sobre o futebol português. Juntem-se ao Costinha, carago.
O alegado boicote durou exactamente dois meses.
Seria de esperar que uma ideia assim, original, radical e apoiada pelo clube com maior número de adeptos em Portugal, produzisse algum efeito.
Dois meses depois, que mudou?
No campeonato nada, o F.C. Porto segue na frente. O treinador do Benfica ainda se queixa dos árbitros. O Sporting mantém-se na merda.
Os jogos continuaram a disputar-se, mesmo com algum boicote do mau tempo e dos aviões. Isto para infelicidade dos sportinguistas.
Na estrutura do futebol português também nada se alterou.
Mas, talvez pior do que tudo isto, em dois meses, que ideia sólida, estruturada e interessante produziu o Benfica para alterar o que, diz, está assim tão mal?
Nenhuma, que se conheça.
Este é o grande problema do Benfica. Um clube com semelhante grandeza deveria ser capaz de produzir reflexão de qualidade sobre a indústria onde opera. A realidade é bem diversa. Quando se fizer o resumo de 2010, o alegado boicote será o maior contributo do Benfica para, nas palavras de Vieira, combater «algumas pessoas que se movem nas sombras da legalidade e da ética e teimam em querer arrastar o futebol para um lugar que não é o dele». É pobre, é vazio e, viu-se, nada acrescenta. O Benfica e o futebol português mereciam mais. Aqui, Sobral, tenho que discordar. O futebol e a fina-flor da escumalha que dele se serve não diferem dos demais energúmenos, violadores e violados que nos (de)governam.

P.S. Na carta que escreveu aos sócios, Vieira diz o seguinte: «E, nem mesmo, o facto de muitos benfiquistas se terem deslocado aos estádios do Algarve e de Aveiro, pode ser visto como um sinal de fraqueza, mas antes um sinal da nossa força». Está bem, está. Hás-de rebentar, porco!

Termino com mais uma assobrosa afirmação do manfio dos pneus:"Isto é uma festa do povo e eu sou também um homem do polvo", disse Luis Filipe Vieira na Festa do Avante.

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