Os mais recentes “episódios clínicos” do Benfica (estado de saúde de Luís Filipe Vieira, o internamento e operação de Eusébio, o joelho de Simão, a pubalgia do Nuno Gomes, as dores crónicas de Petit, etc.), fizeram-me lembrar de um argumento fantástico para uma série de ficção Portuguesa, para ser transmitida em horário nobre, piscando o olho às melhores séries Americanas mas com um enredo genuíno e imbatível. De facto, se juntarmos a isto o eterno debate sobre a saúde de Mantorras (e o seu joelho, ele próprio um actor per si), os problemas de doping de Nuno Assis, a estranha doença que afecta Katsouranis e que só lhe permite jogar meia época, os problemas graves de visão de Moretto, e os tiques nervosos de Fernando Santos, o argumento ganha contornos de série de ficção candidata a um Emmy.
O cenário seria a enfermaria do clube, onde os médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar (contínuos e empregadas da limpeza), se revezariam noite e dia para tentar resolver os complicados casos clínicos que vão surgindo no seu local de trabalho. Com um pouco de Anatomia de Grey (só falta encontrar uma bela, uma chinesa e um médico negro com um lenço da Harley Davidson na cebeça), Dr. House (Rodolfo Moura ficaria com este difícil papel, tendo apenas que tirar o bigode e começar a andar com uma muleta – reparem na ironia: um fisioterapeuta de muleta, isto nunca foi visto em televisão, meus senhores!), e claro Serviço de Urgência (ER). Poderia ser mesmo o início de uma franchise desta série: Serviço de Urgência: SLB (o CSI já tem o Nova Iorque e o Las Vegas, aqui a sigla fica no final, o que até é giro). Podia-se também juntar um bocadinho daquela série fanhosa que dá no AXN, em espanhol, passada numa hospital, com médicos e enfermeiros (por aqui se vê que o Serviço de Urgência: SLB tem tudo para ser uma campeão de vendas na Península Ibérica, pois os “nuestros hermanos” não andam muito bem servidos de séries de qualidade…), uma vez que o sotaque do Miccoli tem laivos de castelhano (estará a preparar-se para atravessar a fronteira?)…
Em cada episódio uma caso novo: diagnósticos trocados, jogadores em constante convalescença, pubalgias crónicas, cocktails de salmonelas com doença do legionário, enfim… as possibilidades são imensas. Para a eternidade ficariam os festejos dos golos, com toda a equipa a correr para o departamento médico (tal como acontece na fórmula 1, com os mecânicos e engenheiros a festejarem as vitórias com os pilotos). E os casos amorosos entre jogadores e equipa técnica, ou entre médicos e o pessoal das limpezas…
Depois haveria ainda lugar para os episódios especiais (para alimentar as audiências):
Ficheiros Clínicos – o mistério do joelho de Mantorras;
CSI Benfica – O caso de doping de Nuno Assis – a verdade revelada depois de 350 mil exames e perícias a um cadáver encontrado na rua com o mesmo ADN do jogador;
Lost: onde está José Veiga? (episódio 176, passado numa ilha deserta, habitada por estranhas criaturas que colam cartazes de apoio a Alberto João Jardim);
Heroes: Eusébio regressa a Maputo;
Sobrenatural: o que dizem as veias na cabeça de Luisão sobre o futuro?;
Shield (O Protector): adeptos do Benfica protegidos, mesmo ficando na bancada por debaixo dos Super Dragões;
Parker Lewis Can´t Loose: mas o Fernando Santos pode;
Prison Break: o dia em que Vale e Azevedo visitou o Estádio da Luz;
24 dias sem saber se o Simão vai ser operado;
24 meses sem marcar: a verdadeira história de Nuno Gomes;
24 horas sem dormir, um dia na vida de Nélson (filmado nas discotecas Kremlin, Kadoc, Calor da Noite e Kizomba Legal);
6 graus: Derlei acusa Caipirinha no sangue;
Pretender: Karyaka, o contabilista que se fez passar por jogador;
Floribella: a traição de Miguel Veloso;
Diário de uma Geisha: as passagens mais picantes do novo livro de Carolina Salgado;
Morangos com Açucar: as receitas de Rui Costa, mestre pasteleiro;
Ficheiros Secretos: onde pára o dinheiro da transacção de Ricardo Rocha e Manuel Fernandes?;
À prova de bala: Petit arruma com três num só treino e perde dois dentes;
Profiler: o que nos revela a mente de Karagounis: uma viagem à demência;
Sem rasto: onde pára Marco Ferreira e Paulo Jorge?;
(…)
Como se pode facilmente constatar, as possibilidades são infinitas, poupando as TVs milhares de euros em directos do Hospital da Luz, uma vez que esta nova série ocuparia esse espaço e passaríamos a acompanhar o dia-a-dia de uma das instituições nacionais que mais controvérsia tem gerado em termos de saúde pública. A Judite de Sousa ou a Maria Elisa podiam juntar, no mesmo local, a equipa técnica e médica do Benfica, e seria feito um grande debate para a nação, sendo revelados em primeira mão os temas mais quentes que agitam o universo da águia. Fica aqui a sugestão. Eu estou totalmente agarrado a esta série e aguardo com ansiedade pelos novos episódios.
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