sexta-feira, dezembro 16, 2005

A grande verdade

Ontem recebi um mail que me deixou perplexo. Então não é que afinal há mais alguém neste mundo que consegue ter uma visão limpa e clara das coisas (para além de mim como é obvio)? Pelos vistos este artigo saiu num jornal diário nacional, ao qual eu faço uma vénia e, humildemente, o deixo "brilhar":
 
"Chamar fraude às alegadas restrições que o FC Porto impõe à utilização dos jogadores que empresta é frontalmente desonesto. Quer dizer, é desonesto de uma forma tão cristalina que até merecia outra palavra qualquer. E é tão desonesto dito por Luís Filipe Vieira como pelas beatas histéricas que o antecederam na condenação desse "hábito abominável" de interferir nos direitos das outras equipas cedendo-lhes melhores jogadores do que aqueles que elas deveriam ter. Pela parte da Imprensa, ninguém quer saber que um erro de um jogador emprestado num jogo com o FC Porto não seria propriamente bem compreendido. Não se pode suspeitar tanto de um clube e estranhar que ele se previna. Podem recusar-se a acreditar que é assim, mas é na mesma. Luís Filipe Vieira conhece muito bem esta realidade, porque seria o primeiro a chamar fraude a um frango de Bruno Vale, com a mesma indignação que usou ontem para chamar fraude a uma ausência e com o mesmo efeito nos artigos de opinião e alinhamentos televisivos. A quem estiver neste momento a fazer aquele sorrizinho condescendente de cidadão metropolitano e a pensar "lá está o provinciano com as paranóias do costume", eu antecipo a resposta que dou sempre: não se pode ter seis milhões de adeptos para uma coisa e não se ter seis milhões de adeptos para a outra. Só não devia é ser tão fácil tirar partido disso. Conforme já escrevi antes, nós, a Imprensa, não podemos deixar de perguntar o que quer José Veiga quando, depois de um FC Porto-Benfica, nos diz que só aceita falar numa zona interdita a jornalistas. E, falando em fraudes ou comportamentos suspeitos, já que estamos em fase delas, também devíamos perguntar que critérios são esses da Comissão Disciplinar e se foi feito tudo o que devia para que Petit tivesse sido castigado nos prazos impostos pelos regulamentos. Ou, já agora, porque é que o gesto de Nuno Gomes em Braga, visto por toda a gente, quer o censuremos ou não, motivou apenas um inquérito e este caso Maciel passou directamente a processo."
 
Poesia? Lirismo? Escárnio? Não, é apenas a voz da razão...

1 comentário:

JB disse...

J Pinto... estou 100% contigo.
Só teho pena que o Reys não tenha a lucidez e a sobriedade que caracteriza um portista.
Um abraço.